“E disse o Senhor a Jacó: Torna à terra de teus pais e à tua parentela; e eu serei contigo. Então, Jacó mandou vir Raquel e Lia ao campo, para junto do seu rebanho, e lhes disse: Vejo que o rosto de vosso pai não me é favorável como anteriormente; porém o Deus de meu pai tem estado comigo. Vós mesmas sabeis que com todo empenho tenho servido a vosso pai; mas vosso pai me tem enganado e por dez vezes me mudou o salário; porém Deus não lhe permitiu que me fizesse mal nenhum.” (Gênesis 31:3-7, RA Strong).

Podemos dizer que Jaco era um verdadeiro obstinado quanto ao que pensava, com relação a confiar em si mesmo e na sua capacidade de ser “o usurpador”, como o seu próprio nome diz. Levou vinte anos (aproximadamente) entre a saída de Canaã, e este momento quando Deus diz a ele para retornar a dua terra.

Muitas vezes queremos que as coisas aconteçam de forma rápida, se não de um dia para outro. Mas não é assim que o nosso Deus opera. Ele trabalha, moldando-nos, levando nos a confiar e a compreender a sua vontade. Quanto mais obstinado, maior o tempo, pois a pedra é dura e a cabeça muito mais. Muito mais difícil de aprender e principalmente a confiar e a depender de Deus como o único provedor, facilitador, e aquele que deseja conduzir tudo segundo a sua vontade.

Precisamos entender que Deus não quer pessoas que façam a sua obra, que determinam o que ele deseja ou quer, mas que se disponham a deixar ser usadas da maneira que ele pretende.

Talvez vinte anos seja um longo tempo, mas compreender, se submeter, e confiar, especialmente, tipo o caráter de Jaco, que foi denominado de “usurpador”, é muito difícil. Ele aprendeu neste processo, onde Deus usou uma pessoa que agia como ele (Labão, seu sogro). Mas Jaco aprendeu que a riqueza, as promessas, que Deus tinha para a sua vida seriam cumpridas e não dependia em nada do que pudesse fazer.

Saiu de sua terra, com uma mão na frente e outra atrás, como dizemos, duro e sem nada; mas Deus concedeu lhe riqueza, ensinou-lhe a depender, mesmo que existam pessoas como Labão, que trabalham (aparentemente) contra as promessas  de Deus. De fato, estas pessoas estão sendo usdas por Deus para nos forjar o caráter, e nos transformar em filhos que revelam a glória do Pai.

O que aconteceu com Paulo durante dez anos, quando ficou fazendo, entre a sua conversão até o momento do iníico do seu ministério? Ele tinha conhecimento e entendimento das escrituras e teoricamente estava pronto para defender o caminho. Mas é isso que Deus deseja? Não. Deus não quer pessoas que façam a sua obra no lugar dele. Mas, instrumentos, vasos, que possa usar, para revelar a sua misericórdia e graça. Assim foi com Paulo, assim com Jaco, e tantas outras pessoas nas Escrituras, onde o Pai ensina a depender dele, a confiar nele, a esperar nele.

Assim é conosco. Precisamos aprender a confiar, a descansar, a esperar em Deus. Quão mais rápido aprendermos isso, mais úteis seremos para o reino. Mas para Deus não é o tempo,  e sim o processo, a aprendizagem. Jaco levou vinte anos, Paulo dez, e nós? Quanto tempo levaremos para nos submeter e a descansar na provisão divina, na obra que ele quer realizar em nós e através de nós?

Entendamos o que está acontecendo a nossa volta, não nos coloquemos a murmurar, reclamar e achar que os céus estão contra nós. Não, não é isso que precisamos. Mas precisamos, sim, aprender a confiar e a descansar em Deus. O Pai deseja pessoas que aprenda a depender dele, que sejam mansos, que andem em humildade diante Dele.