“Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo.” (1 Coríntios 15:10, RA Strong). “Todos os vossos atos sejam feitos com amor. ” (1 Coríntios 16:14, RA Strong).
Dois aspectos importantes que devemos sempre observar em nossas vidas e compreender de fato. Se não fizermos estaremos sem entendimento e sem compreensão da vontade de Deus e de como realizar a obra do Pai.
Faz parte da natureza humana, pecadora, sempre o transferir responsabilidade para os outros e culpar os outros pelas falhas e faltas. Assim foi desde Adão. A quem Adão culpou pelo pecado que cometeu? A mulher que Deus lhe tinha dado. E Eva, a quem culpou? A serpente. Não foi? A quem culpamos sobre nossas falhas? Sempre aos outros. Não fizemos isso, por causado do “fulano”. Errei por que alguém não me explicou direito, não me ensinou. Nossos relacionamentos falham por causa das outras pessoas, não é verdade? Não acusamos os outros, pelo egoísmo, imaturidade, irresponsabilidade; mas não somos capazes de analisar as nossas vidas e assumirmos a nossa culpa e os nossos erros.
Não fazemos as coisas porque os outros não fizeram algo, deixamos de cumprir isso ou aquilo por causa de algum motivo externo a nós, não é verdade?
O que nos impede de fazer a obra de Deus? Precisamos entender também o que seja fazer a obra de Deus, de cumprir a sua vontade aqui nesta terra, correto? Quando falamos em realizar a obra de Deus, pensamos muito em viajar, até mesmo ir a outro país, não a passeio, mas realizar “missões”; mas é só isso a obra de Deus? Não! Quando agimos e pensamos assim, estamos redondamente enganados. Deus pode nos chamar para tal; mas fazer a sua obra e realizar a sua vontade; não implica em ir a outro país; mas sim, viver aqui, agora o que ele sempre planejou para as nossas vidas. Devemos, no nosso dia a dia, exercer a justiça de Deus, manifestar e revelar o caráter de Deus. Devemos onde estamos com quem estamos, manifestarmos a sua natureza. Isto é fazer a obra; pois quando fazemos, estamos sendo sal nesta terra e luz no mundo. Tudo o que estamos fazendo, precisamos fazer em amor. Nossas ações, nossas palavras, nossas atitudes devem ser permeadas de amor; mas não de nosso sentimento; sim, do amor que é derramado em nossa vida pelo Espírito.
Agora o fato fundamental que precisamos compreender é que para fazer a vontade de Deus, não precisamos esperar mais nada dele. Tudo que precisávamos, tudo que tínhamos que receber já nos foi concedido, quando entregamos nossas vidas a autoridade de nosso Senhor Jesus, e nos submetemos a ele. No novo nascimento, recebemos tudo de Deus, tudo que precisamos para viver uma vida que lhe agrada.
Nós pedimos e clamamos para Deus nos transformar, nós clamamos pela graça de Deus para que opere em nós e nos leve a cumprir a sua vontade; nós oramos e esperamos pela transformação que Deus deve providenciar, não é verdade? Pedimos por humildade, pedimos pelo seu amor, e tantos outros pedidos. Precisamos entender definitivamente, se assim agimos, então esperaremos sentado por toda a nossa vida; que isto Deus nunca irá fazer.
Tanto nos ensinamentos do Senhor Jesus, como nas cartas de Paulo e dos outros irmãos, as determinações são sempre as mesmas: pegar o arado e não olhar para trás; fazer morrer a natureza humana, transformar pela renovação da mente, para experimentar a boa perfeita e agradável vontade de Deus; crucificar o velho homem; não fazer o que seja do vosso interesse. E assim tantas outras determinações.
Pedimos que a graça de Deus opere através de nós, e não é isto que Paulo nos ensina. A graça opera em nós, sim, mas trazendo o entendimento, a compreensão da vontade do Pai, nos ensinando, nos educando. Mas para fazer a obra ela opera conosco. Não é o que Paulo escreveu no final do versículo acima. Quem fez a obra de Deus? Paulo? Não! A graça? Não! Mas sim, as atitudes de Paulo, compreendendo a vontade de Deus, juntamente com a graça de Deus: “todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo”.
Não podemos jogar a culpa em Deus que não nos tranformou, não podemos jogar a culpa na graça de Deus que não operou através de nós; mas sim, em nós. Seremos cobrados pelo que conhecemos, pelo que entendemos que deveríamos fazer e não fizemos. Não podemos jogar a culpa nem em Deus, que não fez através de nós, e nem nos outros, por causa de suas atitudes.
Somente cumpriremos a vontade de Deus quando rejeitarmos a natureza humana, quando morrermos para nós mesmos, e deixarmos a vida de Deus nos encher, e nos submetermos ao que o Espírito determina para fazermos, e fazermos não na nossa força, nem na nossa capacidade e conhecimento; mas na dependência da graça que opera em nos, conosco para realizar a obra que é de Deus.
Se não agirmos, se não colocarmos o propósito de cumprir e viver a vontade de Deus, a graça nunca se revelará em nós e nem através de nós, resultante das ações que devemos realizar em obediência ao Espírito.
Devemos rever as nossas atitudes e nossos pensamentos para cumprir o desejo de Deus. Somos responsáveis por realizar a vontade de Deus, e devemos rejeitar o pensamento do mundo e agirmos segundo o coração e a natureza de Deus, para cumprir a sua obra, e fazer a sua vontade, aqui e agora. Não na nossa força, mas na dependência de Deus; pois fomos capacitados e recebemos de Deus tudo que precisamos para cumprir a sua vontade e andar segundo a sua natureza, conforme Pedro escreveu em sua segunda carta: “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo,” (2 Pedro 1:3-4, RA Strong).
Chamemo-nos a responsabilidade de cumprir o propósito de Deus, deixemos de viver uma vida ociosa e infrutífera, jogando a culpa nos outros ou no próprio Deus, e andemos segundo a justiça de Deus, levando a sua vida a todos os homens em todos os lugares; mas, fazendo morrer a natureza humana; pois sem a morte da natureza humana, não realizaremos a obra de Deus, conduzidos pela graça que opera conosco.