Compreender nossa realidade

Por que não enxergamos o que de fato somos? Por que achamos que somos melhores que revelamos em nossas ações? Não enxergamos toda a realidade sobre as nossas vidas e nossa atitude, sempre visualizamos como se tivéssemos uma lente nos impedindo. E esta lente é preenchida com arrogância, e o orgulho que nos impede de ver a totalidade e a efetividade do que somos e pensamos. Sempre achamos que somos melhores do que de fato somos; mas a misericórdia de Deus, seu amor, graça e bondade para conosco opera de forma especial.

Deus na sua graça e no seu amor nos permite, passo a passo, enxergarmos o que de fato somos. E a medida que enxergamos quem somos, aprendemos a depender mais e mais de nosso Deus. Entraríamos em desespero se de um dia para outro víssemos toda a nossa realidade e situação diante do trono de graça.

Mas esta graça superabundante, sua misericórdia que estende de geração em geração se revelam em nossas vidas, fazendo, sermos conhecidos de Deus, sentirmos amados por Deus. E o entendimento deste zelo do Senhor por nós, a compreensão do seu amor permite vermos a nossa condição de miserabilidade e a nos submetermos ao Senhor dos Senhores, reconhecendo a nossa total dependência, e a compreendermos que somente através desta dependência, poderemos viver de forma que lhe agrada, rejeitando tudo que pensamos ser bom em nós. Através de nosso Deus somos capazes de rejeitar o eu e nos submetermos ao Espírito para que Deus possa viver através de nós.

A medida que Deus nos permite enxergar efetivamente quem somos, Ele trás o tratamento, nos cura, permite compreendermos a nossa natureza humana, e a rejeitarmos toda obra das trevas e do pensamento humano que deseja se revelar através de nós. Por isso, quem é nascido de Deus, quem conhece a Deus, rejeita toda obra da carne, toda obra do mundo. A medida que vamos crescendo na graça e na fé, compreendemos quem somos, compreendemos nossa natureza e nos sujeitamos a vontade do Pai.

Assim que nos submetemos, nos prontificamos a cumprir o querer e o desejo de nosso Senhor, passamos a conhecer mais Dele e mais quem somos. Precisamos compreender que é um processo. Não é um abrir e fechar de olhos; podendo ser mais rápido ou mais lento, mas é um processo de aprendizagem; para que o ensino seja eficaz e permanente.

Busquemos mais e mais o Senhor, para que seja revelado o seu querer, e assim, nós nos entreguemos cada vez mais a vontade do Senhor, fazendo morrer o nosso querer, para que o desejo do Pai se revele em nossos corpos mortais.

Pedro nos escreve de forma maravilhosa sobre este conhecer e este mover de Deus, no processo de amadurecimento e compreensão de sua vontade para as nossas vidas: “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo, por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude com a virtude, o conhecimento; com o conhecimento, o domínio próprio com o domínio próprio, a perseverança com a perseverança, a piedade; com a piedade, a fraternidade com a fraternidade, o amor. Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele a quem estas coisas não estão presentes é cego, vendo só o que está perto, esquecido da purificação dos seus pecados de outrora.” (2 Pedro 1:3-9, RA Strong).