Talvez a nossa formação cristã religiosa nos conduz para um entendimento e visão distorcida do propósito, do querer e da verdadeira realidade que Deus deseja para as nossas vidas. No livro de Eclesiastes está escrito: “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más. ” (Eclesiastes 12:13-14, BEARA).
Quando olhamos pela perspectiva que fomos criados de um Deus que está observando, vendo todos os nossos atos, e que deseja nos punir quando fazemos uma coisa errada. Ou quando todas as desgraças que nos sobrevêm, imaginamos como tendo origem em Deus que deseja nos punir. Por causa deste pensamento, não podemos esperar outra coisa que não seja condenação e punição.
Mas esta é a perspectiva de Deus? É assim que Ele age? É do seu desejo a nossa condenação e punição? É do seu plano nos lançar no inferno? Quer Ele de fato nos punir? Qual o propósito e como devemos guardar os mandamentos de Deus? A condição é guardar os mandamentos para usufruir da vida de Deus, ou usufruir da vida de Deus para guardar os mandamentos?
Quando conhecemos a bíblia podemos ver algo totalmente diferente do que conhecemos ou compreendemos e é o oposto do que imaginamos ou pensamos quanto a posição de Deus em relação a nós.
Deus nos criou e nos colocou neste mundo. Deu-nos o domínio sobre todas as coisas. Mas o que fizemos? Nós entregamos todas as coisas para o Diabo (nosso acusador). Nós nos rebelamos e nos afastamos de Deus, e morremos em nossos delitos e pecados. O que precisamos compreender é que não seremos condenados; já estamos. Já estamos mortos, separados e sem Deus. Não é uma condição futura; mas sim, uma realidade passada, já determinada para o homem, devido ao seu ato de rebeldia, de desobediência. Não foi Deus, e sim, nós que nos afastamos e rejeitamos tudo que Ele fez e nos concedeu.
Mas Deus nos abandonou em nossos delitos e pecados? Não, esta é a parte que precisamos compreender do amor, da graça e misericórdia de Deus. E não foi um plano que foi corrigindo; mas estava preparado mesmo antes da nossa rebelião juntos com Satanás. Ele, devido a nossa incapacidade e sem qualquer condição de nos reconciliar com Ele mesmo; cria e estabelece todas as condições para que isto fosse possível. A nossa atitude levou nos a nossa condenação; mas a graça de Deus operou, provendo por meio de Jesus Cristo, homem que foi feito como nós, a condição e a realização do ato de justiça, que seria o carregar sobre o seu corpo todo o nosso pecado (mesmo sem pecado). Ele, Jesus morreu na cruz, por nós; para nos resgatar do pecado. Ele levou no seu corpo todo o nosso ato de rebeldia com relação a natureza,a vida e o caráter de Deus, para que pudesse, por meio da Sua ressurreição, nos reconciliar com Deus.
Ele nos faz uma nova criatura, quando nos submetemos a Ele como Senhor e Salvador. Quando, nós reconhecemos a nossa morte com Ele na cruz, por causa dos nossos pecados, e nos arrependemos; então, recebemos da vida de Deus, a salvação, a reconciliação com o Criador.
Agora, tendo sido reconciliados, tendo sido feita novas criaturas, tendo recebido da vida, da natureza de Deus, o que é esperado de nós? Que continuemos a viver como vivíamos? Não. Devemos agora, viver a nossa vida segundo o coração e a vontade do Criador. Devemos andar em novidade de vida, andando segundo o caráter e a natureza de Deus.
Por isso, o temor, não é uma questão de medo; mas de honrar, de querer satisfazer e viver segundo os valores daquele que nos resgatou. Fomos comprados pelo precioso sangue de Jesus. E é através deste sangue que somos apresentados diante do Pai santos, inculpáveis e irrepreensíveis.
Tendo sido reconciliado, recebido um novo coração, uma nova vida, não nos resta opção a não ser viver segundo esta nova vida. Por isso, Deus sonda os nosso corações, nos conduz neste processo. Precisamos, sim, rejeitar tudo que tenha origem na natureza humana, no pensamento de homem, e andarmos segundo a vontade e o querer de Deus.
Guardarmos os mandamentos não por imposição, não por obrigação; mas sim, resultante de uma nova natureza que recebemos de Deus. Guardamos os mandamento por causa da vida que recebemos de Deus, por causa da sua natureza que nos foi concedida e não porque se guardamos poderemos receber algo Dele.