Esperar de Deus

Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados;” (Lucas 6:37, BEARA)

Quantas vezes já li esta passagem e sempre entendi, que se perdoasse, receberia o perdão das pessoas, se não julgasse as pessoas, não seria julgado, e se não condenasse não seria condenado, mas compreendi que por estar na voz passiva e pela origem da expressão, não é o retorno das pessoas com relação às nossas atitudes; mas com relação a Deus. Receberemos de Deus o perdão, não seremos condenados nem julgados por Ele. Não precisamos esperar isso das pessoas, pois se olhamos as vidas dos cristãos na igreja primitiva, não foi o que receberam dos que estavam à sua volta.

A nossa atitude não está baseada no que as pessoas vão fazer ou não com relação às nossas atitudes ou ações. Nossas ações devem ser baseadas no que somos e no que recebemos de Deus. Devemos esperar sempre Dele, não podemos colocar fé ou esperar das pessoas atitudes que sejam corretas. Alguns respondem de forma positiva as nossas ações, mas nem todos. E nosso comportamento não pode estar baseado nestas pessoas, mas em Deus, a quem devemos imitar, honrar e glorificar.

Deus de forma especial opera em nós. Ele nos fez novas criaturas, Ele nos deu do seu Espírito para nos ensinar, nos guiar e nos levar a fazer toda a Sua vontade. Por isso, precisamos (como Estevão) sempre que alguém nos ofender, nos magoar ou maltratar, pedir ao Senhor que não atribua àquela pessoa o pecado. Isto é uma atitude de amor, de perdão. Não precisamos que a pessoa aceite o perdão, ou que mude de atitude com relação a nós. Mas devemos, manifestar e revelar a atitude de Deus. Devemos revelar e mostrar sempre perdão, não julgá-las pelo que são e pelo que fazem, pois isto não vem de Deus. Devemos manifestar atitudes de misericórdia, de compaixão, de condescendência, de amor para com todas as vidas. Fomos chamados para revelar e trazer vida ao mundo. Somos embaixadores de nosso Rei, para revelá-lO, para falar de Sua misericórdia e bondade. Não para condenar o mundo. Fomos chamados não para vivermos separados do mundo, mas para estarmos no meio das pessoas que necessitam para que possamos trazer luz, para sermos sal, para trazermos a verdadeira vida aos homens, e assim, reconciliá-los com o criador.

Por isso, perdoamos, não para sermos perdoados pelas pessoas, mas, por nosso Deus. Não condenamos, não para que não nos condenem; mas para que o nosso Pai, que tudo vê não nos condene. Não julgamos, não para que não sejamos julgados por eles, mas para que o nosso Senhor, não nos julgue. Assim como oramos, a oração que Jesus nos ensinou: Pai perdoa os nossos pecados, assim como perdoamos os que nos ofendem. Ou seja, nós mesmos, pedimos que da mesma forma que perdoamos as pessoas, que Deus nos perdoe.

Somos filhos, para esperar em e de Deus e não deste mundo e que as pessoas ajam conosco como agimos com elas. Nossa obrigação, não por termos medo da punição de Deus, mas porque temos da vida e do caráter de Deus; por isso, podemos ter as mesmas atitudes que o nosso Deus. Não porque somos bons por natureza, mas porque em Cristo recebemos da natureza divina e a capacidade de fazermos morrer a natureza terrena que nos impede de viver de forma que agrada o coração de Deus.

Vivamos como filhos de Deus, para a Sua glória e honra.